Memória Coxa-Branca
Por: Kerwin Kuhlemann
Nascido em 05/08/1971, natural de Andradina (SP), Sinval Ferreira da Silva, o Sinval, começou sua carreira em 1989 na Portuguesa (SP), onde ficou por três anos, passando depois por Grêmio, Paysandu e Novorizontino até chegar ao Botafogo (RJ) e se destacar no ano de 1993; marcando 10 gols em 21 jogos naquela temporada. Com o rendimento mostrado, o atacante chamou atenção do Lugano (SUI) que contratou o jogador por duas temporadas. Na passagem pelo futebol suíço, Sinval disputou 63 partidas e marcou 18 gols. No retorno ao futebol brasileiro, já no ano de 1997, o jogador foi repatriado pelo Botafogo (RJ), para uma segunda passagem no clube carioca.
Foi aí que o destino de Sinval se cruzaria com o Coritiba. Naquela temporada de 1997, o calendário nacional previa a disputa do Festival Brasileiro de Futebol, torneio amistoso que encerraria a temporada e que foi disputado no estado do Mato Grosso. O torneio envolveu 8 equipes, incluindo times tradicionais como Corinthians e São Paulo. Coritiba e Botafogo chegaram à final, e a organização do torneio decidiu fazer a partida decisiva no Estádio Couto Pereira, a exemplo do confronto do próximo domingo. Naquela partida, o Coritiba empatou em 3 x 3 com o time botafoguense e contou com uma boa atuação de Sinval, que marcou um dos gols cariocas. Após o empate no tempo normal, a equipe Coxa Branca se sagrou campeã nos pênaltis. Em entrevista ao Coxanautas, em 2020, Sinval contou como essa partida foi fundamental para a vinda do atacante para o Alto da Glória no ano seguinte.
Na temporada de 1998, Sinval fez a melhor temporada de sua carreira disputando 47 jogos e marcando 19 gols. Naquele ano, o atacante ajudou a compor um time memorável, que terminou o Campeonato Brasileiro daquele ano na terceira colocação, sendo desclassificado nas oitavas de final pela Portuguesa. O ataque Coxa Branca era muito poderoso, pois, além de Sinval, contava também com Cleber Arado, Brandão, Macedo e Basílio. Foi naquela época que Sinval passou a ser chamado pela torcida Coxa Branca de artilheiro da paz, pelo hábito de comemorar seus gols fazendo o gesto da pomba da paz com as mãos.
O ano seguinte reservaria a apoteose de sua passagem no Alto da Glória. Depois de uma fila de 10 anos, o Coritiba sofreu, mas conquistou um dificílimo título estadual contra um Paraná Clube que tinha à época um elenco extremamente qualificado. No jogo que marcou a finalíssima, Sinval não marcou gol, mas foi importante no papel de segurar a bola no ataque, ajudando, assim, a amenizar a grande pressão que a equipe Coxa Branca sofria para segurar o empate que lhe daria a Taça. Nos minutos finais, Sinval acabou puxando um adversário pelo camisa e foi expulso, mas alguns minutos depois o árbitro Heber Roberto Lopes decretou o final do jogo, e a torcida Coxa Branca no Pinheirão explodiu de alegria, tirando o grito que estava preso na garganta desde 1989.
Após aquela temporada, Sinval acabou vagando por diversos clubes medianos do futebol brasileiro como Santa Cruz, Vitória, São Caetano, Guarani, Fortaleza, América-MG, além de outros clubes de menor expressão, encerrando sua carreira em 2007 no Grêmio Barueri.
Na entrevista que concedeu ao Coxanautas em 13/06/2020, Sinval contou muitos causos que envolveram sua passagem pelo Coritiba e alguns bastidores dos times de 1998 e 1999; dando ênfase especial à relação que teve com os treinadores que estiveram no Coritiba no período. No animado bate papo desta entrevista, ficou evidente o carinho que o artilheiro da paz sente pelo Verdão, carinho este que certamente é recíproco por toda a Nação Coxa Branca, que tem no atacante a lembrança dos melhores momentos do Clube vividos durante uma das décadas mais difíceis da história do Coritiba.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)