Máquina do Tempo
Por: Luiz Eduardo Buquera
Para os mais novos, que não viveram o futebol dos anos 80 e 90, a história do Pinheirão é bastante desconhecida. Antes mesmo de prefeitura e governo do Estado beneficiarem o time da baixada com recursos para construção de seu estádio, o presidente da Federação Paranaense de Futebol à época, Onaireves Rolim de Moura, conhecido rubro-negro, tentou resolver o mesmo problema colocando em atividade o Pinheirão.
Com acomodações desconfortáveis e gramado péssimo, conseguia desagradar a todas as equipes e torcedores, inclusive do clube beneficiado. De 1985 a 1993 o A. Paranaense mandou a maioria dos seus jogos no local. Posteriormente, o Paraná assumiu o uso, principalmente nos jogos para públicos maiores.
O referido estádio tornou-se um local inóspito ao Coritiba, e era evitado pela maior parte da torcida Alviverde. O entorno do estádio oferecia pedregulhos enormes que eram utilizados como armas pelos torcedores mal intencionados, sendo um local de risco nos clássicos, sobretudo para a torcida visitante.
Além de todo o contexto relatado, o Coritiba não se apresentava bem no local, colecionando empates e derrotas entre 1985 e 1988, criando-se um tabu que só foi quebrado pela excelente equipe de 1989.
Com uma base formada no Brasileirão de 1988, disputado no segundo semestre, quando fez excelentes apresentações, o Verdão iniciou com tudo o Campeonato Estadual de 1989.
A base formada por Vica, João Pedro, Osvaldo, Tostão, Carlos Alberto, Chicão e Kazu, agora sob comando de Edu Antunes, encantava a torcida com um futebol vistoso e eficiente. Líder do campeonato, o Glorioso enfrentou o arquirrival no amaldiçoado Pinheirão, na disputa do primeiro turno. Mesmo jogando melhor, obteve uma derrota frustrante por 2x1. Estava mantida a rotina de maus resultados no Tarumã.
No segundo turno, o clássico foi disputado no Couto Pereira com vitória Alviverde por 2x1, de virada. Campeão dos dois primeiros turnos, o Verdão novamente teria que encarar o estádio do rival no terceiro turno.
Eis que no dia 11 de junho, o Coritiba conquistou a vitória por 2x1, mostrando que nenhum tabu resiste a times qualificados, como era aquele de 1989. O craque Tostão marcou os dois gols do Verdão, num total de cinco que faria no adversário naquela competição.
O Glorioso repetiria o feito nas disputas das semifinais, com placar de 2x0 e gols de Serginho e Tostão. Desse modo, foi finalizada de vez aquela rotina incomoda de maus resultados do Coritiba naquela praça de esportes.
Ficha Técnica:
Atlético-PR 1x2 Coritiba - 11 de junho de 1989.
Estádio Pinheirão.
Coritiba: Gérson, Polaco, Vica, João Pedro e Pecos; Osvaldo, Serginho e Tostão; Carlos Alberto, Chicão e Kazu. Entraram: Marido e Sérgio Luís. Técnico: Edu Antunes Coimbra.
Gols: Tostão (CFC) (2) e Vanderlei (CAP).
Público pagante: 8.502 pessoas.
Árbitro: Valdemar Roberto Fonseca.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)