Vai e vem
Por: Ricardo Honório
A demissão do técnico Antônio Carlos Zago, ocorrida na manhã desta terça-feira, é mais um capítulo da rotina alviverde em trocar treinadores. Somente na gestão atual (2021-2023), que tem Glenn Stenger como presidente da associação, é a quarta troca de treinador, com uma média de um treinador a cada 7,5 meses.
Neste período, o paraguaio Gustavo Morínigo foi o que permaneceu por mais tempo. Contratado em janeiro de 2021, foi demitido em agosto de 2022, ficando 1 ano e 8 meses no comando da equipe, sendo o técnico mais longevo do Coritiba desde Marcelo Oliveira.Morínigo deixou o Alto da Glória com o acesso na Série B (2021) e o título do Campeonato Paranaense (2022). Ao todo, foram 99 partidas, com 43 vitórias, 22 empates e 34 derrotas. O aproveitamento foi de 50,8%.
Para o seu lugar, o Coritiba contratou Guto Ferreira, que assumiu com a missão de livrar o time da Série B. O “Gordiola” cumpriu seu objetivo, mas foi demitido em dezembro de 2022 após o Brasileirão, deixando a equipe após 16 jogos, com 6 vitórias, 2 empates e 8 derrotas e um aproveitamento de 41,67%. Após sua saída, seu empresário falou que a sua demissão era uma "determinação" da SAF.
O Coritiba iniciou a temporada de 2023 com o técnico português António Oliveira, que tinha dirigido o Cuiabá na temporada anterior. Mas a sua passagem foi ruim e ele foi demitido após a derrota para o Flamengo na estreia do Brasileirão. O treinador foi muito criticado pelo torcedor pela má utilização do meia Marcelino Moreno, contratado com status de craque, além da postura arrogante que mostrava nas entrevistas coletivas. Ao todo, foram 17 jogos, com 7 vitórias, 7 empates e 3 derrotas e um aproveitamento de 54,9%.
Chegando em abril de 2023, Antônio Carlos Zago nunca foi unanimidade na torcida do Coritiba. O treinador era contestado constantemente, principalmente pela escalação de três zagueiros. A situação ficou insustentável após as fortes declarações na coletiva após a goleada sofrida para o Grêmio, quando criticou diretamente o elenco de jogadores e quem os contratou. Com atuações ruins de sua equipe, Zago conseguiu a “proeza” de ser demitido sem ter conseguido nenhuma vitória em 11 jogos, conseguindo 4 empates e 7 derrotas, com um aproveitamento pífio de 12%.
A péssima passagem de Antônio Zago no Coritiba foi melhor melhor apenas que Rodrigo Santana, técnico que dirigiu o time em 6 jogos em 2020, quando conseguiu 2 empates e 4 derrotas, com 11% de aproveitamento.
As constantes trocas de treinadores, que se tornaram rotina no Coritiba nos últimos anos, deixa evidente não só a falta de critérios das diretorias na escolha dos nomes, como também na formação dos elencos, que acaba impactando diretamente no trabalho e no desempenho do time.
Parte agora o Coritiba para a contratação de mais um treinador, o terceiro em apenas seis meses. Que os responsáveis pela escolha tenham o conhecimento e discernimento necessários para que a escolha seja a melhor possível para o clube.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)