Jogos inesquecíveis
O ano era 1980. Semifinal de campeonato brasileiro entre Flamengo x Coritiba. O jogo que fez um Maracanã lotado ver um dos gols mais lindos da história do maior templo do futebol mundial.
No primeiro jogo no Couto Pereira, o Flamengo de Zico, Junior, Nunes, Tita, Andrade e cia, tinha vencido por 2x0. A tarefa alviverde era praticamente impossível, afinal teria que vencer o Flamengo por três gols de diferença para ir à final.
Mas o Coxa saiu na frente com Vilson Tadei, que recebeu um cabeceio de Escurinho e tocou na saída de Raul. Nove minutos depois, o meia Luiz Freire cruzou e Aladim, de sem pulo, fez um golaço, ampliando o marcador para o Coritiba.
Mas do outro lado tinha uma verdadeira seleção, e o Flamengo conseguiu virar a partida ainda no primeiro tempo, com 2 gols de Nunes e um de Carlos Alberto. No segundo tempo, o atacante Anselmo, que em 1986 jogou no Coritiba, ampliou o placar para 4x2.
Com a iminente desclassificação, o Coritiba ainda foi para cima e aos 43, os Deuses do Futebol reverenciaram aquele que foi um dos gols mais lindos da história do Maracanã, pela linda jogada do time alviverde. O lateral Gilson Paulino avançou pela esquerda e cruzou para o meio da área, Vilson Tadei matou no peito e, de letra, tocou para Escurinho que ajeitou na coxa e deu um belo passe para Luiz Freire, que sem deixar a bola cair no chão acertou uma bomba que foi morrer no fundo do gol do goleiro Raul, coroando com um golaço a excelente partida do time do Coritiba.
Ficha Técnica:
Flamengo 4 x 3 Coritiba
Domingo, 25 de maio de 1980
Estádio do Maracanã
Campeonato Brasileiro – Semifinal – Jogo de Volta
Árbitro: Carlos Sergio Rosa Martins
Gols: Vilson Tadei aos 20’, Aladim aos 31’, Nunes aos 32,aos 36’ e Carlos Alberto aos 39’no 1º tempo; Anselmo aos 27’ e Luis Freire aos 43’ no 2º tempo.
Flamengo: 1-Raul, 2- Carlos Alberto, 3-Rondinelli, 4- Marinho e 5-Júnior; 6-Andrade,8-Adílio e 10-Zico (16-Reinado);7-Tita, 9-Nunes e 11-Julio César (15-Anselmo).
Téc.: Claudio Coutinho.
Coritiba: 1-Moreira, 2-Wilson, 3-Eduardo, 6-Gardel e 4-Gilson Paulino; 5-Almir (15-João Carlos), 10-Vilson Tadei e 8-Luis Freire; 7-Leomir, 9-Escurinho e 11-Aladim (16-Claudinho). Téc.: Mario Juliato.
Confira o relato do sócio COXAnautas, José Rodak, sobre a partida:
Eu comecei a acompanhar futebol em 1979. Coxa campeão paranaense joga a primeira fase do brasileiro e depende de um resultado entre dois times que nem me lembro quais para se classificar numa tal vaga biônica. Não podia sair um vencedor na partida e foi transmitida por uma rádio nossa. O jogo ficou 0x0 e o Coxa se classificou na última vaga possível. Dali em diante crescemos na competição e chegamos a semifinal contra o Vasco, onde só para variar fomos “operados” no Rio, perdendo com dois gols em impedimento. Pois bem, naquela época o brasileiro era realizado no segundo semestre com os principais times de cada estado, tipo copa do Brasil hoje. A CBF mudou para o primeiro semestre em 80, sendo assim disputamos dois brasileiros em sequência, só que para o de 1980 o Coxa se reforçou, montou um timaço e de novo fomos a semifinal, dessa vez contra o Flamengo de Zico, Júnior, Andrade, Adílio, Nunes, enfim, aquele mesmo Flamengo que em 1981 seria campeão mundial dando uma surra no Liverpool.
A primeira partida no Couto o pessoal andou falando bobagem que o Zico só jogava no Maracanã, que fora de lá não jogava nada, eles vieram aqui e ele acabou com o jogo, 2x0 para eles e nós perdemos o nosso artilheiro Freitas que se machucou nesse jogo e não pode jogar a partida de volta no Maracanã. Fomos para lá precisando de 3x0 para se classificar, e chegamos a dar um susto neles, abrimos dois gols de diferença, faltava um, mas com algumas falhas do sistema defensivo (e também pela qualidade do adversário) eles conseguiram virar para 4x2 e no final o Coxa marcou ainda um dos mais bonitos gols da história do Maracanã, com direito a um cruzamento na medida do nosso lateral, matada no peito e passe de letra do Vilson Tadei, um carequinha bom de bola, ajeitada de coxa do Escurinho para o chute de primeira do Luiz Freire. O Coxa de 1980 foi um dos melhores times que eu vi jogar, infelizmente não deu, mas foi um jogão.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)