RAÇA
Na última terça-feira, 6, o fiel coritibano e ex-editor do Portal Coxanautas, Luiz Carlos Betenheuser Junior fez uma bela e justa homenagem a um dos mais raçudos jogadores que já vestiram a gloriosa camisa Coxa Branca: André Ranzani, campeão brasileiro pelo Coritiba em 1985.
Luiz fez questão de lembrar com carinho da época em que André defendeu o Coritiba, sempre com muita raça e amor: "André jogou por quase 10 anos no Coritiba. Lembro muito bem dele. Foi o mais raçudo jogador que vi vestir a camisa do Verdão. Parecia uma segunda pele para ele. Ele tinha um vigor físico que o destacava, corria todos os 90 minutos, todos os jogos. Era muito difícil para o ponta-esquerda passar por ele. Eu não me lembro de ter visto um ponta levar a melhor sobre André", comentou o apaixonado torcedor.
Betenheuser lembra-se, ainda, de como a raça e doação de André dentro de campo o marcaram por tantos anos: "Inspirado na sua descomunal força de vontade, uma raça incrível ao vestir a camisa Coxa-Branca, em 1985 comprei uma camisa oficial da Adidas. Escolhi a camisa número 2. Foi o único jogador do Coritiba para quem prestei esta singela e sincera homenagem. A camisa foi a 2 porque ele foi o maior ídolo que tive no Coritiba", recordou.
Conheça um pouco da história deste inesquecível jogador:
Foi na pequena Loanda, cidade com pouco mais de 20 mil habitantes, situada no Noroeste Paranaense, que nasceu em 16 de Dezembro de 1962, André Aparecido Ranzani. O nome para muitos não é conhecido mas é só simplificar e dizer "André, o camisa 2 do Coxa", que muitos já se lembram.
"Prata da casa", começou cedo no time do Alto da Glória. Era o ano de 1979, e André na época com 16 anos, jogava no juvenil. A estreia no time titular aconteceria dois anos mais tarde, no dia 1 de Fevereiro de 1981. Era uma tarde de domingo, e o Couto Pereira viu o Cori vencer pelo placar mínimo de 1 a 0, a equipe carioca do Campo Grande Atlético Clube, pelo Campeonato Brasileiro da Série B.
Naquele dia, o futuro titular absoluto da lateral direita em 1985, atuou como volante. Nos anos que se seguiram, André foi deslocado pelas mais diversas posições do campo, jogando como volante, lateral direito e ponta-esquerda, como se viu em algumas partidas do ano de 1983.
O futuro, porém, reservava boas novas ao sempre raçudo André. O ano de 1985 começava, e foi ao lado do lendário treinador Dino Sani, que o jogador assumiria definitivamente a camisa 2 naquela inesquecível equipe.
Sempre muito determinado e empenhado em campo, André conquistaria toda a torcida do Verdão. Em 85, André só não enfrentou o Goiás, Flamengo e São Paulo, tendo participado de 26 dos 29 jogos da histórica campanha do título de Campeão Brasileiro. Em todo o elenco coritibano, apenas Toby com 28 e Índio com 27 partidas, jogaram mais do que ele naquele ano.
Mesmo sem não ter feito nenhum gol durante o campeonato, André foi reconhecidamente um dos grandes jogadores não só do Coritiba, mas também daquela competição. Em uma recente publicação nacional, o jogador ficou na 58° colocação, na lista dos 100 maiores jogadores de toda a história do clube.
O jogador viveria um drama em julho de 1989, quando uma contusão no joelho fez com que o símbolo da raça Coxa ficasse ausente por 9 longos meses. A volta, e porque não redenção, aconteceria em um 1º de maio, não sendo este, definitivamente, um dia normal.
Era dia do maior clássico do Estado. Segundo dados dos Helênicos, nesse dia se registrou o 2° maior público da história do AtleTiba. Mais de 52 mil pessoas pagaram ingresso para ver a fácil vitória Alviverde por 3 a 0 sobre o maior rival.
Sua despedida com a camisa alviverde ocorreu no dia 29 de Setembro de 1990, quando o Coritiba enfrentou a equipe do Criciúma. O palco não poderia ser outro senão o Major Antônio Couto Pereira, que sempre acolhera tão bem o símbolo da raça coritibana.
Com a evolução do futebol, sua modernização e interesses financeiros cada vez mais em alta, raras serão as oportunidades de que grandes jogadores se tornem ídolos em suas agremiações, seja pela técnica apurada ou pela raça demonstrada como era o caso de André.
Clique aqui e visualize a bela homenagem de Luiz Carlos Betenheuser Junior a André, postada no Blog A Torcida Que Nunca Abandona.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)