Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Guto Ferreira começou explicando o início do jogo com três zagueiros e a permanência do Fransérgio que hoje foi vaiado durante o jogo por parte da torcida: “Quanto aos três zagueiros, precisávamos de altura e encontramos a solução ali, o jogador que foi para a beirada tem força, agilidade para marcar como lateral, depois colocamos o Vini por ali porque o jogo estava pedindo para alguém jogar por aquele setor, porque ele se solta mais. Em relação ao Fransérgio, respeito a leitura do torcedor, mas o Fransérgio desse ano tem sido um exemplo nos treinamentos, na postura e agregando valores de profissionalismo e dedicação, tem um controle de jogo no meio importante para a equipe. Cada vez que o torcedor vaia o Fransérgio, ele vaia todo o grupo, inclusive os que estavam no banco, isso foi falado não por mim, mas por Sebastian Gomez no vestiário, todo o grupo está indignado com a manifestação contra o Fransérgio, quando alguém ofende alguém da sua família você sente, e é assim que os jogadores estão se sentindo”.
Sobre o fato de que em quatro jogos o Coritiba saiu atrás no marcador, tendo que correr para alcançar o resultado, e se isso pode atrapalhar a estratégia inicial que era de testar jogadores, o técnico respondeu: “É uma situação de jogo, temos um mês de trabalho, são circunstâncias, estamos construindo uma equipe, vamos ajustando aos poucos, estamos criando um equilíbrio dentro de campo para que um padrão seja mantido, independente de quem esteja dentro de campo, estamos buscando isso, mas o principal é a força do grupo de não aceitar esta situação, mesmo quando fizemos 4 x 0 nós não paramos de insistir, e jogar para buscar o melhor resultado”.
Guto foi questionado sobre como é tratar a mentalidade vencedora no dia a dia, em um grupo jovem, principalmente nos jogos no Couto Pereira, e falou: “Quando existem jogadores de caráter, que sabem o que querem, e que para atingir o objetivo buscam ação, só na conversa e peso da camisa não vamos conseguir nada, mas sim com ação, como o Robson no final do jogo dando carrinho, o Sebas numa bola que parecia perdida se esforçando para alcançar, essa entrega faz com que os erros sejam superados. Hoje com a perda de um jogador, eles se superaram, inclusive na marcação mesmo com um jogador a menos”.
Em relação à avaliação que faz nestas seis partidas, tanto de bom como o que precisa melhorar, e sobre o fraco aproveitamento fora de casa, sendo que agora tem dois jogos na sequência fora do Couto, o técnico Coxa disse: “Temos que buscar os resultados fora de casa, tentar corrigir o que foi de errado nas duas partidas fora. Nós começamos atrasados em relação a algumas equipes que começaram a treinar em novembro ou dezembro, mas temos corrido de igual para igual. No quesito força, precisa pelo menos dois meses para recuperar. Estamos jogando futebol, isso é inegável, fazendo jogadas e tendo ajustes de marcação. O nível de confiança vai aumentando como essa vitória de hoje”.
Guto Ferreira tem rodado o elenco, porém sempre com a obrigação de ganhar, e sobre isso falou: “É uma engenharia, são estudos e debates diante do planejamento, com vários membros da comissão técnica, estudo de vídeos de treinos e jogos. Quando resultado não vem, muitas vezes é pautado como se estivesse tudo errado, e não está. Contra o Azuriz, os números obtidos pela ferramenta de avaliação dizem que teríamos que ter ganho o jogo, mas por detalhes não ganhamos e eles acabaram ganhando”.
Houve um questionamento sobre a posição de centroavante, se está satisfeito com o Edu, Ebert e Brandão ou se espera uma nova contratação: “Isso é uma situação interna, o importante é o aproveitamento de cada um e que vem dando respostas importantes”, respondeu ele.
Guto falou sobre os jovens jogadores que vem entrando e desempenhando bem, como Geovani Meurer, Ebert e Jean: “Os jovens vão tendo espaço e a construção vai sendo no dia a dia, quando percebermos que está maduro e dominante, vai seguir, vamos saber sempre tirar o melhor de cada um para o melhor da equipe”.
Também falou sobre o Águia de Marabá, adversário do Coxa na Copa do Brasil, se a experiência que teve jogando lá ano passado pode ajudar no jogo deste ano: “O conhecimento ajuda sim, mas não a definição do que pode ser o jogo, vamos trabalhar para não termos surpresas contra nós”.
O técnico Coxa-Branca foi instado a falar sobre o Sebas e o Andrey que voltaram a jogar hoje: “O Sebas é diferenciado em todos os aspectos, tínhamos um planejamento para ele após ele chegar de férias e dos jogos da seleção, e foi executado, agora está num processo de readaptação e ganhando ritmo estando à disposição para contribuir com o grupo. O Andrey entrou com muita disposição, teve uma falta e levou amarelo que me pareceu exagerado e num segundo lance, a meu ver ele foi dominar a bola acabou atingindo o jogador, mas sabemos da qualidade e a busca dele para melhorar”.
Por último, o treinador foi perguntado se, após a expulsão do Andrey, a entrada de Geovani e depois o Sebas foi por alguma opção tática, e respondeu assim: “Totalmente, a entrada do Geovani foi para equilibrar defensivamente o meio, pela sua força de marcação, depois a saída do Frizzo já desgastado e a entrada do Sebas fez com que a equipe ficasse mais confortável com a bola no pé e aí crescemos novamente na partida e fizemos o terceiro gol”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)