Arquibancada
Não tem jogador que chegue no clube novo, seja ele qual for, e não dê um beijinho no escudo pregado na camisa e que não declare as conhecidas perolas de "vestir a camisa, sei da tradição do clube, estou vivendo nova fase, vou dar tudo de mim, a cidade é linda, sei que a torcida é exigente", etc. etc. etc .etc.
Não lembro da chegada de Dalberto, de Valdeci, Johny e tantos outros que chegaram por aqui não faz muito tempo e provavelmente fizeram as mesmas declarações.
Das juras de amor eterno, jurados de morte pela torcida, pelo menos é o sentimento que fica depois das muitas chances que cada um destes atletas teve no Coritiba, especialmente Dalberto, que confesso, logo que chegou já me chamou atenção. Pensei, "esse cara não tem nem nome de jogador de futebol (que me perdoem seus pais ou quem escolheu seu nome), mas minha prematura implicância se confirmou no decorrer das vezes que foi chamado e parece não ter entendido o que é ser um atacante vestindo a camisa do Coritiba. Pelo menos o futebol que nos mostrou está longe do que podemos chamar de atleta de futebol. Pode até ter outras habilidades, mas não tem a alegria nas pernas, pra lembrar um sobrinho meu que gosta de repetir esta frase.
Dalberto me lembra um tal de Cruvinel e muitos outros do mesmo nível que por aqui passaram. Além de não deixarem saudades, provocaram uma porção de sentimentos, mas nenhum bom.
Outra questão a ser levantada - três na verdade: quem contratou, quem avaliou seu futebol e quem ofereceu? Seria um trabalho da equipe montada pela atual gestão que avalia desde a unha encravada até o rendimento do jogador?
A não convocação de Dalberto para a partida contra o Operário, parece ser um indicativo que o jogador também já esgotou a paciência do comando técnico. Saberemos mais na frente qual será o fim desta novela, quero crer estar nas próximas partidas o capítulo final. Das especulações que se faz nas convocações, até os mistérios que muitas vezes só o treinador sabe, e em alguns casos engole calado.
No mais, além Dalberto, o elenco anda tropeçando nas próprias pernas. Não que em algum momento tenha jogado o fino da bola, mas vinha mais ajustado e Morínigo parecia ter encontrado uma forma para jogar com as limitações que lhe deram pra trabalhar. Mas não é o que temos visto nas últimas três partidas: Vasco, CRB e Operário, o Coritiba foi outro time, trouxe de volta o velho time que parecia não ter jeito. A bipolaridade ainda nos ronda.
Se é que ainda é possível voltar à regularidade, o divisor de águas parece ser o Náutico. Mesmo que venha com desfalques, talvez seja a primeira partida contra um time com mais qualidade técnica que vamos enfrentar nesta Série B. Só não é a partida do ano do Coritiba, porque já passamos pelo Flamengo na Copa do Brasil.
Com salários pagos, pelo menos os atrasados,fincando pouca pendência, quem sabe seja a gasolina que estava faltando. Não estou sugerindo que alguém tenha feito corpo mole, mas um dinheirinho no bolso sempre ajuda.
O Coritiba precisa recuperar a confiança no time e ganhar de volta a torcida. E esta partida contra o Náutico é um bom momento.
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