Bola de Couro
Ontem o Coritiba nos brindou com mais uma de suas pífias apresentações, não tendo forças para enfrentar um time dentre os de menor porte do campeonato. Equipe sem mostrar futebol, sem técnica, sem preparo físico bom e sem vontade. Sabino parecia ter engordado em uma semana e o Ricardo Oliveira, se tivesse bolsos no calção, certamente estaria com as mãos neles. E por aí iríamos a analisar os mesmos erros de sempre.
Acreditar em que ainda possamos escapar é algo sobre-humano. Resta tentar terminar o campeonato com alguma dignidade e fazer experiências visando ao futuro time a partir de março. Em 2005 fomos rebaixados com 49 pontos, 2 a menos do que primeiro que escapou; em 2009 com 45 pontos e na 17ª colocação; e em 2017 com 43 pontos e o desempate pelo saldo de gols. Como estamos com míseros 21 pontos e saldo negativo de 17 gols, não é exercício de futurologia prever que cairemos com a pior campanha da nossa história.
Mas quero falar de outro aspecto que me chamou a atenção ontem.
Logo após o jogo, vi em uma rede social forte cobrança ao atual presidente porque teria afirmado que a torcida veria um time com outro comportamento já nesse jogo contra o Goiás, o que não aconteceu, ou seja, não estaria cumprindo promessas de campanha.
É natural que o presidente fizesse a afirmação. Os líderes devem mostrar confiança nos liderados, em qualquer campo da atividade humana, ainda que intimamente não confiem, pois do contrário haveria desestímulo para um grupo já desinteressado. Ele não poderia dizer diferente, embora com dois dias de gestão não pudesse ter conhecido bem o elenco e o clima de vestiário para crer em recuperação anímica, já que técnica é impossível exigir. Não lembrou o presidente que, como dizia o Barão da Itararé, o jornalista/humorista Aparício Torelli, “de onde menos se espera, daí é que não sai nada”.
Essa cobrança em rede social, ainda que isolada ou minoritária, esquece que a atual direção recebeu um time pessimamente montado e que é impossível arrumar a casa em pouco tempo, talvez sejam necessários anos. Temos que ter paciência e dar alguma carência (a mesma que dei para a gestão Samir -veja aqui - embora em vão) para começar a ver resultados. A eleição terminou e os derrotados não devem torcer para que a gestão erre só para poder dizer que a sua candidatura seria melhor. Temos que nos unir pelo Coritiba. E podem crer os inconformados com a derrota eleitoral que, se superado um razoável período de carência eventualmente sem avanços mínimos, estarei aqui para apontar possíveis erros com toda a independência que sempre tive em relação a qualquer gestão (tanto quanto os demais integrantes do site). Não para satisfazê-los, mas visando indicar caminhos. Mas a hora é de confiar e incentivar. A queda certa do Coritiba deverá ser debitada exclusivamente à gestão que montou esse arremedo de time, mais ninguém.
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