Quando me perguntam porque minha família é coxa - acreditem, volta e meia questionam - respondo de antemão: "Somos desde meu bisavô!". Na década de 40, quando minha família se mudou de Paranaguá para cá, no verdão jogavam alguns ex-atletas do leão da estradinha, o que deve ter contribuído na escolha. Bom, o santo bateu e a paixão logo virou amor, e o costume de ir ao Belfort Duarte, tradição.
Anos mais tarde, o vô jogou no Água Verde (imagina como foi disputar uma partida com o time do coração), meu pai e meu tio chegaram a treinar pelo clube, mas não se profissionalizaram.
De lá pra cá, muito coisa mudou. O Belfort Duarte virou Couto, o verdão, campeão brasileiro. O que não mudou é nosso amor inconteste. Passamos altos e baixos dentro e fora de campo, a disputa da série B é momento difícil, claro, mas passageira.
A história é assim. Nada que interrompa nossa jornada. O Coritiba é o nosso campeão, haverão outras conquistas, outras glórias. Fato é: hoje, irei ao Couto com meu pai e meu tio comemorar os 110 anos do clube que está na memória e dia-a-dia da minha família. Vovô já se foi, mas acompanhará a partida de um ângulo mais privilegiado.
A partida terá início às 16h30, mas o alviverde já é vencedor. Já vence por ser e ter sido motivo de alegria pra tanta gente. Faço parte de apenas uma, das muitas famílias cuja história é marcada por esse time.
Hoje é nosso dia, dia de Couto, dia do verdão, dia da torcida que nunca abandona.
- Munhoz
Curitiba, 12 de outubro de 2019
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)