O que mais se houve após a derrota no Atletiba é: "Temos 38 estaduais. Vocês nunca vão nos alcançar". Essa tara de nós, Coxas, pelo passado é algo patológico. Tem que internar essa torcida. Enquanto permanecermos, com esse papinho de faxineira de museu, olhando pra esses 38 troféus -- que são nossos, ninguém vai roubar, não, fiquem tranquilos -- e nos esquecermos de olhar PRA FRENTE, PRO QUE AINDA HÁ PRA SER GANHO, jamais sairemos do lugar. Maravilha seria se houvesse uma mágica que apagasse o passado de todos os clubes; só restaria a cada instituição o seu presente. Aí sim, não nos seria necessário humildade pra olhar pra nossa miséria. Nosso atraso é escancarado. Já cansei de fazer comparações com o CAP, mas talvez insistindo nisso alguém acorde. Os caras acordam sabendo que têm pela frente São Paulo e Newell's Old Boys (Copa do Brasil e Sul-americana); nós acordamos olhando pro Sampaio Corrêa e pro Oeste (Série B; NÃO NOS RESTA MAIS NADA, NADA!!!!). Eles têm um estádio ultramoderno, CT idem; nós temos um estádio cujas falhas estruturais já não podem ser maquiadas, além de um CT precário. Jogadores que já tiveram nome não vêm pro Coxa porque têm vergonha (É ISSO MESMO, VERGONHA DE JOGAR EM UM CLUBE QUE VIVE NAS ÚLTIMAS POSIÇÕES, E QUE AGORA CONSEGUIU, FINALMENTE, SER REBAIXADO. VERGONHA DE MANCHAR A CARREIRA); esses mesmos jogadores rezam pra jogar nos caras.
A série B está começando, e não sabemos nem escalar o onze que entra em campo, simplesmente PORQUE NÃO TEMOS JOGADORES!!!!! O campeonato vai começar e não temos NADA!!!
Nosso presente é esse aí descrito acima. Esqueçam-se (tentem, é possível) desses 38 campeonatos. Olhem pra este que vai começar; olhem para os jogadores que vão disputar este campeonato; enxerguem a discrepância entre nosso estádio e nosso CT e o estádio e o CT deles. Abram os olhos pro abismo que nos separa. Quem sabe, assim, alguém se lembre de construir uma ponte.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)