Todos os dias lembro das palavras do meu avô, grande coxa-branca que me fez coxa-branca também: dificilmente você verá o gigante Coritiba de 85, que eu vi. Na época, por ser apenas um garoto sonhador, não levava a sério as palavras dele e achava que era exagero. Lembro-me que ele faleceu antes do último grande ano do Coritiba, que foi 2011, e ali alimentei a esperança de ver o tal grandioso Coritiba que ele tanto me falava.
Grande ilusão. O projeto de "Guaranização"do Coritiba está em pleno vapor. Somos cobaias de dirigentes irresponsáveis, oportunistas e sem o mínimo conhecimento de futebol. Com todo respeito ao Samir Namur, que realmente acredito que seja bem intencionado. Mas o mesmo foi eleito porque falava bonito em frente às câmeras e estava presente no estádio. Fora ignorado o fato de que fez SIM parte da pior chapa de todos os tempos, que foi a coxa maior. Não somente fez parte como a apoiou. "Ah mas era do Conselho". E o Conselho não faz parte do Coritiba?
Quando o Coritiba caiu para a série B e vieram as eleições, novamente nos foi dada a chance da mudança. O que realmente aconteceu foi a renovação do "mais do mesmo". Não havia UM candidato se quer que nos passasse segurança. E continuará assim ao longo dos anos, enquanto não se conscientizarem que a primeira coisa que precisa ser mudada é o estatuto. Amadores que se reunem e esperam a desgraça da outra chapa para declarar oposição. E grande parte dos sócios é também igualmente responsável pelo que estão fazendo com o Coritiba.
Vejo uma diretoria e um conselho que focam em particularidades, não na coletividade. Isso se tornou ainda mais nítido de 2013 para cá. Não há consenso, não há certeza em nada nesse clube.
Fora efetivado um técnico sem experiência NENHUMA em um time profissional do porte do Coritiba e dele esperava-se o retorno à elite. Não somente amadorismo como uma baita de uma ilusão. Era óbvio que não daria certo. Mas não credito a efetivação como erro da diretoria. Maior erro do Samir Namur foi confundir convicção com teimosia. Custou o paranaense, a Copa do Brasil e colocou em risco o principal objetivo do ano.
Alegou que não tinha dinheiro mas trouxe reforços sem NENHUMA convicção. Alegar que não pode acertar todas eu concordo. Mas e quando se erra todas? Vale a mesma máxima? Lotou as prateleiras com jogadores sem a mínima condição de serem titulares. E agora? Agora precisa desafogar novamente para reestruturar tudo. Mais uma vez comprova o erro grave de planejamento e a sua falta de hombridade em assumir os próprios erros.
A troca de comando técnico foi necessária mas somente isso não trará resultados. Honestamente eu gosto do Eduardo Baptista e, se lhe for dada autonomia nas próximas contratações, acredito que poderá extrair algo a mais do Coritiba. Mas e o diretor de futebol?
Augusto, o pretendido pelo Liverpool, viu futebol em Alan Costa, quase rebaixado e reserva com o Vitória. Augusto viu futebol em Pablo, o atacante que não faz gols. Augusto viu futebol em Simião, hoje reserva e que nunca foi destaque em time algum. E ainda vem me falar que o cara sabe o que faz? Augusto sabe tanto de futebol como eu sei de física quântica. A demissão de Augusto é mais do que necessidade, é obrigação.
O recado é duro, mas precisa ser dado:
Não subam no salto achando que o Coritiba não tem como passar mais vexame que isso e que só o peso da camisa nos fará subir. Nem o Foz do Iguaçu tem respeitado o Coritiba mais.
Já vimos outros campeões brasileiros e times que a pouco tempo atrás brigava por título serem extintos do futebol brasileiro. Coritiba está a passos largos da extinção.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)