Vitor Lorival K. Junior
O Coritiba precisa estudar Economia, em especial o que diz a Teoria da Oferta e Demanda. Basicamente a lei representa um modelo de atribuição de preços de mercado a um produto, onde em um mercado de concorrência perfeita os agentes econômicos tomam decisões que variam o preço até que este seja tal que a quantidade procurada seja igual à quantidade oferecida, resultando daí um equilíbrio econômico em que não há incentivos para a alteração de quantidades ou preços.
Ao trazer o assunto à baila no que diz respeito ao clube tem-se a oferta de um produto, o futebol apresentado, contra a procura, que é a torcida presente no estádio. Não é novidade para nenhum de nós que a torcida do Coritiba está ausente dos jogos. Como comparação, a média de público do Campeonato Paranaense de 2009 foi de 16.211 pessoas por jogo. Em 2011, de 11.118 pessoas. Em 2013, de 10.940 pessoas. Em compensação, a média do Campeonato Paranaense de 2018 foi de 6.903 pessoas e, até então, na edição de 2019, o Coritiba recebe em média 4.217 pessoas por jogo. O que explica esta queda na demanda pelo futebol do Coritiba é, obviamente, a queda na qualidade do produto ofertado de 10 anos para cá. Em Economia, quando existe a queda na procura por determinado produto, os agentes devem interferir no preço para que a lei supracitada funcione e não é isso que se vê no Couto Pereira. Tomando como base o preço do ingresso da Arquibancada Amâncio Moro em 2009 para o jogo Coritiba x Nacional, este custava R$ 20,00. Já para o jogo Coritiba x Toledo, final da taça Barcímio Sicupira válida pelo Campeonato Paranaense de 2019, o ingresso para o mesmo setor custou R$ 50,00, ou seja, 2,5 vezes mais caro, sendo que se fôssemos corrigir pela inflação oficial, o ingresso deveria custar aproximadamente R$ 35,00 (Calculadora IPC-A do BCB).
A lei da oferta e demanda é implacável e o exemplo está ai: O Coritiba aumentou o preço, diminuiu a qualidade do produto e, consequentemente, viu a demanda despencar. E, como consequência, também a renda dos jogos: Em 2009, o Coritiba tinha renda média de aproximadamente R$ 110.000,00 por jogo do Campeonato Paranaense, praticamente a mesma média de renda do Coritiba neste campeonato de 2019. Ou seja, a arrecadação do clube nos jogos está 10 anos atrasada e corroída pela inflação. A taxa de preenchimento do estádio é de 11% em 2019, ou seja, há espaço ocioso suficiente para acomodar maior procura.
Minha dica ao clube: estudem Economia, adequem o preço do ingresso para a realidade do futebol apresentado, tenham a torcida de novo acompanhando o time com um preço justo e, com a melhora consequente na renda dos jogos, melhorem a qualidade do produto ofertado. O Coritiba tem grande demanda reprimida, é só saber como trabalhar sobre ela.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)